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2012 - Livro Vermelho 2013

Nidularium azureum (L.B.Sm.) Leme EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 01-02-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Nidularium azureum é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente no Estado de Minas Gerais. Apresenta AOO inferior a 10 km². A espécie tem apenas uma população conhecida, em mata do município de Coronel Pacheco, na localidade denominada Água Limpa, que sofre com a perda da área e o declínio da qualidade do hábitat, resultante do intenso desmatamento na região. Assim, a espécie foi avaliada como "Criticamente em perigo" (CR).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Nidularium azureum (L.B.Sm.) Leme;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Wittrockia azurea ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Nidularium - Bromeliads of Atlantic Forest 94 (2000). A espécie foi descrita inicialmente no gênero Wittrockia por Smith (1955), pela presença de apêndices petalíneos na face interna das pétalas (Moreira, 2002). A nova combinação foi proposta na obra Nidularium - Bromélias da Mata Atlântica. 94 (Leme, 2000). N. azureum é considerada uma espécie de características morfológicas inusitadas, não revelando uma afinidade com nenhum dos táxons conhecidos deste gênero (Leme, 2000). O mesmo autor cita a presença de caracteres intermediários entre o "subcomplexo procerum" e o "subcomplexum purpureum" em N. azureum. A semelhança mais natural verificada para este táxon foi com a espécie N. corallinum (Leme, 2000), que foi posteriormente sinonimizada por Moreira (2002).

Dados populacionais

A espécie possui apenas uma população conhecida, em mata do município de Coronel Pacheco, MG (Leme, 2000).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado de Minas Gerais (Martinelli et al., 2008; Forzza et al., 2010). Foi considerada por Li um endemismo dessa região especifica do complexo de montanhas que constituí a Serra da Mantiqueira em Minas Gerais (Lima, 2008). Foi coletada a uma altitude de cerca de 450 m (Leme, 2000; Versieux, 2005; Lima, 2008) em fragmento florestal na localidade conhecida como Água Limpa (CNCFlora, 2011). Registrada a uma altitude de cerca de 450 m (Lima, 2008).

Ecologia

Planta herbácea, epífita, ocorrendo em Florestas Estacionais Semideciduais (Martinelli et al.,2009), em matas úmidas associadas a essas fitofisionomias, ao longo de pequenos córregos que muitas vezes estão sujeitos a inundações periódicas (Leme, 2000). Coletada com flores nos meses de fevereiro e março e de agosto a outubro (Leme, 2000; Lima, 2008). Ocorre em locais sombreados úmidos, ao longo de pequenos córregos com matas de várzea da Mata Atlântica (Leme, 2000; Lima, 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha) de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, o Estado representa cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado.

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II, da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008, sendo considerada, portanto, "Deficiente de Dados" (DD) (MMA, 2008).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Foi considerada "Em Perigo" (EN) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

3.8 Conservation measures
Situação: on going
Observações: Foi considerada "Criticamente em Perigo" (CR) em avaliação realizada por Versieux (2005), uma vez que não ocorre em unidade de conservação (SNUC) e só se conhece uma população desta espécie. Também foi considerada "Criticamente em perigo" (CR) em avaliação de risco empreendida pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).

4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre no Corredor de Biodiversidade Serra do Mar da Mata Atlântica (Martinelli et al. 2008).

Referências

- BIANCA ALSINA MOREIRA. Nidularium Lemaire (Bromelioideae, Bromeliaceae) do estado de São Paulo, Brasil. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; GONZÁLEZ, M. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de Espécies, Distribuição e Conservação. Rodriguésia, v. 59, n. 1, 2008.

- FORZZA, R. C.; COSTA, A. SIQUEIRA FILHO, J. A. ET AL. Dyckia in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB006046>. Acesso em: 01 de Fevereiro de 2010.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- LEONARDO M. VERSIEUX. Bromeliáceas de Minas Gerais: Catálogo, distribuição geográfica e conservação. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2005.

- LEME, E.M.C. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2000.

- THAIS TRINDADE DE LIMA. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira: distribuição geografica e conservação, São Paulo, SP, Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET AL. Bromeliaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.186, 2009.

Como citar

CNCFlora. Nidularium azureum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Nidularium azureum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 01/02/2012 - 16:02:05